terça-feira, 27 de setembro de 2011

Versos empoeirados

"Do pequeno ao gigante,
 Do carvão ao diamante,
 Do negativo estagnado,
 Ao positivo operante!"

Eduardo

domingo, 11 de setembro de 2011

Pra reabrir os trabalhos...


Fevereiro de 2008! São quase 4 anos ser postar um verso sequer...
Tanta coisa, tanta história, tanta vida vivida nesse "recesso" poético que hoje, essa que vos fala, que já foi Ativa-Mente, La Troska, (...) se apresenta como Aloyá na simples tentativa de representar uma nova Bia. Mas ainda que possa sugerir, este "nome" não se propõe um mero tópico a se agregar à vasta lista de apelidos, mas sim um marco de um período intenso, agitado, que forjou uma nova poeta, uma nova mulher. Diferente dos outros nomes que definiam uma referência a determinada etapa de minha militância, minhas perspectivas políticas e sociais, Aloyá vem resgatar um sentido infinitamente mais abrangente, e nem por isso, como muitos irão supor, menos politizado.
As contradições, opressões e explorações do sistema dividido em classes tem a brutal capacidade de se engendrar em cada forma de expressão de nossa vida, nos segmentos mais íntimos, mais subjetivos, sem causar prejuízo algum a sua investida categórica as condições materiais da vida de um@ proletári@. Lamento, até certo ponto, ter partilhado lutas com troskos, anarquistas, reformistas, etc etc, que conhecem esse discurso apenas em seus estudos, em suas burocráticas reuniões/congressos/documentos de delineamento de conjunturas e realidades tão distantes a massacrante maioria deles.
A vida (leia-se aqui o modo de produção capitalista e outras tantas coisas que manipulam nossa trajetória que vão muito além de nosso entendimento) me trouxe tão novas sensações, pelas quais me emociono em recordar; sentir-se traída, só, sentir-se sem lar, sem referências, não saber pra onde ir, perder tudo, tudo! A suada vaga que a proletária conquistou na elitizada e excludente universidade pública, perder seu teto, perder cada móvel de sua casa (inclusive suas panelas), seu fusca rs, seu fusca! Afundar, afundar e não ver sequer uma mão amiga tentando te puxar de volta, Dói, dói! Lágrimas me correm o rosto.
Mas posso olhar tudo isso de outro ângulo agora, graças a cada toque de atabaque que tomou minha vida, que a tomou para si e se deu a tarefa de mudar, mudar no sentido mais estrito da palavra, graças a cada pessoa de carne e osso os quais estes colocaram em meu caminho e revolucionaram, tudo. Graças a minha única opção, ter peito e ser mulher!
São 22 anos que me proporcionaram muita bagagem, e que me permitem olhar pra tudo isso e ver que foi necessária cada queda, frustração, para ser quem eu sou. A jovem anarquista, que se apaixonou desenfreadamente pelo HipHop, que buscou em cada verso/parágrafo ser um instrumento de denúncia das injustiças sofridas por suas raízes/referências, a garota que gritou em alto e bom som que estava disposta a se opor a pessoas que amava para lutar pelo que acreditava, que brigou por cada ponto de um maldito filtro elitista (vestibular) pra conhecer as Ciências Sociais e através delas ter a inocente ilusão de entender o porque de tudo aquilo que a cercava, que ao não encontrar a resposta nas estruturas burocráticas da academia foi pras ruas, cerrar os punhos e exigir revolução, que se frustrou com as demagogias e hipocrisias de um movimento viciado e se perdeu, se perdeu! Uma cigana, que não mediu consequências, a não ser a de não recuar em hipótese alguma, para encontrar respostas. E assim foi, de Rio Preto para Araraquara, de Araraquara para Santo André, de Santo André para amada Zona Leste da selva de pedra, Sampa!
As respostas? Continuo as procurando, talvez morra nessa missão, mas não nas mesmas condições, o mundo me criou, me engordou! rs. Tantas mentiras, tantas traições, tantas rasteiras, me transformaram nisso, uma pessimista mais feliz, a qual cria expectativas concretas nas piores hipóteses e não se surpreende, que sonha apenas em cima de números, fatos, convicções, as quais, por mais que não se delineiem por completo no meu horizonte, me dão condições de acreditar, e ainda que se façam de forma diferente de minha pretensa intuição, não me assustarão mais, pois conheci a arte do plano B, C, D,...,alfa, beta, gama,...
Aquela "mina sangue nu zóio" ainda está aqui, combativa, classista, comunista, feminista, ...só que agora mais forte, mais madura (vide ressonâncias magnéticas com hernias de disco rsrs), mais feliz, mais completa.
Agradeço a cada um que faz parte dessa história, desde dos que prevaleceram até os que chegaram para somar, esse texto é uma humilde tentativa de homenagear cada um de vocês:
Dona Márcia, Sr. Deocleciano, Nathália, Laís, Elenir, Taís, Lara Pyetra, Eduardo, Dona Lúcia, Alexandra, Marjorie, Sr. Edvaldo, à uz dos guias e ao axé dos Orixás dessa casa e à Nossa Senhora né mãe? rs... Amo verdadeiramente cada um de vocês

Aos que vêm conhecer a bonança que gozo nesses iluminados dias, após tanta tempestade, fica o convite de conhecer toda a trajetória traçada até aqui, resumidamente registrada nos versos/parágrafos das antigas postagens. Perdi tudo, inclusive a poesia, mas estou reconstruindo tudo, e a poesia não ficará de fora!
Sejam bem-vindos, novamente rs.


(((d[°_°]b))) Ouvindo Balanço Rap na 105FM